EMBALAGEM
PARA VACINA

Uma entrevista com a Schott

Escrito por:

Gabriela Ditt Lutti

Gabriela Ditt Lutti

Analista de Relações Governamentais na Abividro

O assunto nunca esteve tão em alta como hoje, e eu imagino que você saiba do que estou falando. Vacinas. 

A atenção do público se concentrou nos avanços dos pesquisadores que desenvolvem vacinas contra o coronavírus. Tão sonhadas pela população mundial ao longo de 2020, elas continuam sendo um dos assuntos mais importantes do momento. Após um ano e meio de pandemia, elas vieram para dar esperança de um novo começo para todos, depois de um período tão doloroso e cheio de mudanças.

É claro que a vacinação sempre foi algo presente na vida contemporânea, e sempre teve importância fundamental na contenção de várias doenças. Entretanto, é nítida a proporção gigantesca que o assunto vem tomando nos últimos tempos, e a felicidade que acompanha cada uma das doses tomadas contra a Covid-19. 

Seja qual for a marca, laboratório ou nacionalidade da nossa tão esperada vacina, você sabe o que todas elas têm em comum? Todas estão armazenadas em Embalagem de Vidro. 

O vidro de borossilicato é o único indicado para armazenar as vacinas (e vários outros medicamentos injetáveis), porque a sua composição, levemente diferente dos vidros utilizados no dia-a-dia, permite a constituição de um material extremamente resistente e durável. 

O vidro borossilicato é o único material que não interage com a substância das vacinas, não alterando suas propriedades e características fundamentais, fatores primordiais para proteger um objeto tão delicado como o líquido de uma vacina. 

A maior fabricante de vidros especializados para ampolas, frascos e seringas de vacinas, a Schott, teve fundamental importância no processo de produção de vacinas para Covid-19 no Brasil. No mundo, suas ampolas, frascos e seringas foram capazes de armazenar diversas doses de diferentes farmacêuticas.

Portfolio Schott de vidros para vacina 

Líder nos vidros farmacêuticos

SCHOTT é um dos líderes mundiais no fornecimento de embalagens parenterais para a indústria farmacêutica. Mais de 600 linhas de produção em 13 países ao redor do mundo produzindo mais de 10 bilhões de seringas, frascos, ampolas, carpules e artigos especiais de tubos de vidro ou polímero.

Para saber mais sobre o processo de produção de ampolas, frascos e seringas de vidro borossilicato e a produção de vacinas no Brasil, conversamos com Quineo Marques, Diretor Comercial da SCHOTT para a América do Sul.

Como é feita a produção de ampolas e frascos para vacinas no Brasil, já que as seringas não são fabricadas aqui?

Tanto ampolas como frascos são produzidos a partir de tubos de vidro, produzidos também no Brasil, sendo conformados a quente em máquinas rotativas. Esse processo de conversão em embalagem final é feito de acordo com suas especificações dimensionais e deve garantir que as características física e química do vidro, fundamentais para manter a estabilidade do medicamento, sejam mantidas durante todo o processo de transformação, dando assim garantia durante todo a tempo de armazenamento do medicamento. O tubo de vidro marca FIOLAX® da SCHOTT, é de borossilicato, sendo considerado neutro, da 1ª classe hidrolítica, produzido dentro de todos os padrões exigidos desde 1911, quando foi inventado pelos fundadores do grupo SCHOTT. 

Qual é a diferença de vidro de ampolas, frascos e seringas, para um vidro usado no dia-a-dia? 

As vacinas, como toda solução injetável, devem ser envasadas em embalagem de vidro Tipo I, da 1° classe hidrolítica, especialmente desenvolvido para essa finalidade. Ele é fundamental para manter as características ou princípio ativo dos medicamentos. O vidro de outras embalagens é considerado do tipo III, com composição química diferente, portanto sem o mesmo nível de neutralidade.

Qual é a importância do vidro para o armazenamento de medicamentos e porque ele é único material indicado para isso?

Os medicamentos injetáveis líquidos, devido ao contato direto com a parede interna das embalagens, estão dentro das chamadas “Embalagens primárias”. Esta grande interação com a embalagem pode gerar reações adversas ao medicamento alterando sua eficácia.  Só o vidro tipo I da 1ª classe hidrolítica é capaz de garantir a estabilidade do medicamento durante sua fase de armazenamento até seu uso final, pois é totalmente inerte, não altera o princípio ativo das medicações.

Quais foram os maiores desafios ao longo desse ano de pandemia e com a produção em massa das vacinas?

Inicialmente, sem dúvida, foi a falta de capacidade de suprimento dessas embalagens devido ao mercado de embalagens de vidro tipo I já estar aquecido mundialmente por causa das novas regulamentações da China.

Devemos considerar que do dia para noite surgiu a necessidade de planejar a vacinação de cerca de 7 bilhões de pessoas no mundo e 210 milhões no Brasil. Além disso, não se sabia que tipo de embalagem seria utilizada e quantas doses seriam necessárias por pessoa.

Logicamente para o Brasil tudo isso chegou somente após estas definições, o que prejudicou ainda mais qualquer planejamento. Devemos adicionar a tudo isso o fato de que os fabricantes de vacinas no Brasil são institutos governamentais que dependem de um processo de licitação, sempre buscando celeridade e preço baixo.

Para o ano de 2021 conseguimos atender essa demanda adicional e estamos tentando prever a demanda para os próximos anos. No entanto, se esses institutos que produzem as vacinas não planejarem suas compras, correrão o risco de desabastecimento. 

Sobre a SCHOTT e as embalagens para vacinas

As embalagens mais usadas no mercado de vacinas injetáveis são as seringas prontas para envase (RTU ou ready-to-use) e os frascos. 

Devido à emergência causada pela pandemia da Covid-19 mencionada anteriormente, houve a necessidade imediata de um grande volume de embalagens não disponíveis em seringas ou frascos e com isso há a busca por alternativas, como as ampolas, que são as embalagem mais utilizadas mundialmente para medicamentos injetáveis, comuns em dose única e também com menor custo, mas de difícil manuseio em campanhas de vacinação.

No caso das seringas pré-envasadas, há a facilidade de aplicação na dosagem correta, sem a necessidade de manipulação prévia, mas têm alto custo. Os frascos apresentam a possibilidade de ser multidose, com uso de seringas descartáveis para cada aplicação.

A SCHOTT fabrica mundialmente 12 bilhões de embalagens farmacêuticas, entre elas, as de vacinas. Para se ter uma ideia da relevância da empresa na pandemia, três em cada quatro projetos atualmente envolvidos na fabricação de uma vacina COVID-19 dependem de embalagens de vidro da SCHOTT. Até o final de 2021, a empresa terá entregue frascos suficientes para dois bilhões de doses de vacina. A SCHOTT já investe em sua capacidade de produção desde 2019 e foi, portanto, capaz de aumentar sua fabricação durante a pandemia. No total, os investimentos no setor farmacêutico chegarão a cerca de US$1 bilhão até 2025. A SCHOTT terá gasto metade desse valor até o final de 2021.

Sobre a SCHOTT AG:

Pioneirismo – responsabilidade – união.

Esses atributos caracterizam a SCHOTT como fabricante de materiais de alta tecnologia para vidros especiais. O fundador Otto Schott é considerado seu inventor e se tornou o precursor de toda uma indústria. Sempre abrindo novos mercados e aplicações com um espírito pioneiro e apaixonado – isso é o que tem movido os #glasslovers da SCHOTT por mais de 130 anos. Representada em 34 países, a empresa é uma parceira altamente qualificada para indústrias de alta tecnologia: Saúde, Eletrodomésticos e Living, Eletrônicos de Consumo, Semicondutores e Datacom, Óptica, Indústria e Energia, Automotiva, Astronomia e Aeroespacial. No ano fiscal de 2020, seus 16.500 funcionários geraram vendas de 2,24 bilhões de euros. Com as melhores equipes, apoiadas nas melhores ferramentas digitais, o grupo pretende continuar a crescer. A SCHOTT AG é propriedade da Carl Zeiss Foundation, uma das fundações mais antigas da Alemanha. Usa os dividendos do Grupo para promover a ciência. Como uma fundação que é, a SCHOTT ancorou a responsabilidade pelos funcionários, pela sociedade e pelo meio ambiente profundamente em seu DNA. A meta é se tornar uma empresa neutra para o clima até 2030.

Escrito por:

Gabriela Ditt Lutti

Gabriela Ditt Lutti

Analista de Relações Governamentais na Abividro

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